domingo, 11 de abril de 2010

Cortina do Silêncio

Chorar faz bem à saúde! Traz alívio, paz, calma... É ele, o choro desesperado ou mesmo contido, por vezes escondido, que te salva daquela situação que você não pode, não quer ou não tem forças para lidar. O choro acalma! É um grito de “chega”, de “não agüento mais”, de “basta”. Quando verdadeiro, é o momento em que deixamos claro quem realmente somos, nos despindo de qualquer “armadura” ou personagem. É por isso que, ao ver alguém chorar, até a mais forte das criaturas se comove, oferecendo um abraço, um “colinho”, um “vem cá que as coisas não são bem assim”. Chorar, além de um santo remédio, une as pessoas.

Eu não choro! E sempre foi assim. Não me refiro ao sentido literal da frase, obviamente, mas são tão raras as situações em que isso acontece... No fim, ao invés da sensação de alívio provocada pelo choro, eu tenho a sensação de acúmulo. O acúmulo de carências, medos, perdas, conquistas, anseios... Além disso, se você não chora, esqueça aquela parte do “colinho” que me referi. Não precisa disso! Se não chorou é porque não está sofrendo. Pare de exagerar!

Ledo engano. Uma pessoa calada, ou mesmo expansiva, pode estar sofrendo até mais do que aquela conhecida por chorar com um comercial de margarina. Parece óbvio, mas nem sempre procuramos saber o que há por trás da cortina do silêncio.

Entre os panos da cortina do meu silêncio, há um menino que só quer ser abraçado.

Ele chora. Poucos ouvem!